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Linguagem: A História da Maior Invenção da Humanidade

  • Foto do escritor: Italo Aleixo
    Italo Aleixo
  • 17 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura
Capa do livro Linguagem de Daniel L. Everett

Qual foi o momento exato em que dotamos os símbolos de significados e passamos a usá-los na troca de informações do dia a dia, nos permitindo tramar e planejar ações que mudariam para sempre a história da vida na Terra? Há quem acredite que a linguagem surgiu de uma mutação em algum momento específico do passado e é inata à nós Homo sapiens, porém é instigante pensar que ela pode ter surgido bem antes disso e ter sido compartilhada conosco por antigos ancestrais hominídeos.


É o que acredita Daniel L. Everett, linguista e pesquisador que defende que a linguagem surgiu com o Homo erectus e foi sendo desenvolvida pouco a pouco com o desenvolvimento cerebral. Linguagem é um livro denso, onde Everett debate sua hipótese enquanto tenta refutar o paradigma corrente. A obra percorre a paleontologia, arqueologia, antropologia e linguística onde Everett vai passo a passo descrevendo suas ideias.


Contrário ao paradigma corrente, onde o renomado Noam Chomsky postula a existência de uma Gramática Universal codificada geneticamente e inata à todos os seres humanos, Everett acredita que a linguagem surge com o desenvolvimento gradual do cérebro dos hominídeos e o aumento da cognição e depende completamente de um contexto social e cultural para acontecer, podendo ser consequentemente muito mais antiga e ter sido compartilhada por outras espécies. O livro segue os moldes de um clássico debate científico, ao mesmo tempo que Everett explica a história da linguagem, ele vai defendendo seus pontos e atacando outros e por isso é uma obra densa.


Os leigos vão se perder fácil em alguns capítulos — principalmente naqueles que dizem respeito a estrutura da linguagem — e é difícil acompanhar o debate sem entender os paradigmas que estão sendo discutidos. Linguagem se perde justamente por tentar ser uma espécie de livro de introdução, ao mesmo tempo em que é um elo entre outros livros do pesquisador, levando o leitor que não tem afinidade com o assunto a se perder nas várias ponderações. No todo, vale o debate — afinal acompanhar debates científicos e ver paradigmas confrontados é algo instigante — e o contexto histórico: se o livro não consegue incutir no leitor que se interessou pelo assunto as noções básicas da linguística, pelo menos o leva para uma viagem ao nosso passado e nos leva a pensar como nossos antepassados começaram as primeiras interações que nos definem hoje em dia.

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