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Mrs. Dalloway

  • Foto do escritor: Italo Aleixo
    Italo Aleixo
  • 24 de jan. de 2024
  • 1 min de leitura

Quão vasto pode ser o alcance da consciência? Ambientado nas primeiras décadas do século XX, o romance se passa em um dia da vida de Clarissa Dalloway. A trama segue os preparativos de uma festa que Mrs. Dalloway está preparando para a alta sociedade, ao mesmo tempo que vamos sendo apresentados a outros habitantes da classe média londrina.


O romance é bastante singelo, com personagens que se encontram e desencontram ao longo da narrativa durante seus afazeres do dia a dia, e em cujas mentes se passa a maior parte da narrativa. Usando o fluxo de consciência, artifício narrativo do qual Virgínia Woolf é uma das precursoras, a escritora compõe sua trama no campo subjetivo, onde os personagens divagam sobre elementos do cotidiano e ponderam sobre passado e futuro.


Se na superfície o que vemos é uma sociedade engessada e envernizada pelos modos e valores da época, por baixo vislumbramos o âmago dos personagens, disforme e muito mais amplo que a máscara que vestem no dia a dia, e dessa forma temos uma ideia dos pensamentos que permeavam a sociedade da época: temas como feminismo, liberdade sexual, doenças psicológicas, são abordados dessa maneira.


Embora simples não é um livro fácil de ler. O resultado final é uma narrativa caleidoscópica, onde cada um dos personagens transcende o seu lugar no espaço e no tempo e a forma humana serve apenas como recipiente para uma massa amorfa de sentimentos e emoções, que tocam uns aos outros independente de qualquer contato físico. Um livro bastante reflexivo, onde as possibilidades do que a vida poderia ter sido se atitudes diferentes fossem tomadas, existem e são revividas nos recônditos da mente.


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